Depois de voltarmos as costas de modo arrogante e indelicado para a América Latina, preferindo nos comportar como tietes de Portugal, Inglaterra, França e dos Estados Unidos, parece que desta vez um grupo de pessoas corajosas e inteligentes entendeu que o Brasil é parte importantíssima da América Latina.
Em boa hora surge a Casa da América Latina, para urgentemente promover encontros culturais, políticos e sociais com nossos irmãos abaixo do Equador.
É um absurdo que conheçamos intimamente a vida de uma atriz norte-americana e pouquíssimo saibamos sobre o Equador e até mesmo sobre o vizinho Uruguai.
Somos vítimas de um corte cultural que teve início com o golpe militar de 64 quando começamos a perder nossa música, nossa arte, nossa imprensa e nossa identidade.
Passamos a ser um povo que não sabe quem é, de onde veio e para onde vai; o povo ideal para o laboratório do neoliberalismo e a audiência ideal para o lixo cinematográfico americano, que ensina as crianças a se drogar, a roubar e a matar sem que atitude alguma seja tomada. Pior que o crime é a banalização do crime.
Enquanto o Brasil não se reconhecer latino-americano, teremos poucas chances de nos tornarmos uma grande nação. Abaixo a violência e abaixo a elite que a produz.
Longa vida à Casa da América Latina.
Fausto Wolff
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