“A crescente subjunção da economia sulina ao grande capital global, e a dissolução do tecido socioeconômico tradicional rio-grandense, no contexto de grande fragilidade do movimento social, erodiram objetiva e subjetivamente o que poderíamos chamar de ética republicano-castilhista, equiparando as práticas políticas regionais às do resto do Brasil. Agora, faz-se política para enriquecer, legal ou, mais e mais, ilegalmente.” A opinião é do historiador gaúcho Mário Maestri, em entrevista por e-mail à IHU On-Line. Ele ainda afirma que a “identidade inventada” do gaúcho “sufoca as identidades nascidas das experiências sociais profundas, como as do mundo do trabalho urbano, rural, servil etc.”. Mário Maestri é graduado em Ciências Históricas, pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica, onde também realizou mestrado e doutorado na mesma área. Em 1991, fez o pós-doutorado na mesma universidade. Atualmente, é professor da Universidade de Passo Fundo. É autor de Uma história do Rio Grande do Sul: a ocupação do território (Passo Fundo: UPF Editora, 2006), O escravo no Rio Grande do Sul: trabalho, resistência, sociedade (Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006) e Antonio Gramsci: vida e obra de um comunista revolucionário (São Paulo: Expressão Popular, 2007), entre outros. | ||
![]() | ||
![]() | ||
![]() | ||
| ||
![]() |
"Hay hombres que luchan un dia y son buenos
Hay otros que luchan um año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida
Esos son los imprescindibles"
(Bertolt Brecht)
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Mário Maestri: A erosão da ética republicano-castilhista
quinta-feira, 9 de abril de 2009
CTGay Faca na bota ou flor na boca?

terça-feira, 31 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
FECHAMENTO DAS ESCOLAS DO MST

O Governo Yeda, junto com o Ministério Público, cancelou os convênios com o MST que mantinha escolas itinerantes em acampamentos de Sem-Terra, fechando desta forma as escolas, que funcionavam há 13 anos no estado. O MP argumenta que estas escolas não eram fiscalizadas pelo MEC, que seu currículo não estava de acordo e blábláblá. A questão aqui, além de mais um passo rumo à criminalização do MST, é o que afinal, é educação de “valor”, de “qualidade”. Porque o ensino dentro dos acampamentos, que realmente não passa por concursos públicos, mas ao invés disso, é feito por membros do movimento, é considerado pior que o que das escolas públicas em geral? Talvez porque as matérias não sejam as mesmas (nem estudadas do mesmo ângulo) que as matérias do currículo tradicional, mas nesse ponto é interessante analisar como está nosso ensino público e para onde ele está caminhando.
O que temos hoje em dia é uma evasão escolar que é relevante já nos primeiros anos da educação básica e que se torna extremamente preocupante nos anos finais (antes do vestibular). Os alunos precisam trabalhar, senão não comem. No meio disso está a escola. Sem muitas opções, eles acabam abandonando-a, em algum ponto entre o 1º ano do fundamental e o 3º do médio. Há grandes chances de que formarão a imensa massa de desempregados ou sub-empregados do nosso país. Aqueles que conseguem permanecer na escola encontram instituições sucateadas e professores frustrados pela baixa valorização e reconhecimento da sua profissão, de seu esforço diário. Como ninguém vive no País das Maravilhas, nada mais esperado que a escola pública brasileira não seja exatamente uma referência internacional em se tratando de qualidade de ensino. Nada mais esperado que estes alunos tenham dificuldade em passar no vestibular das universidades públicas, concorrendo com egressos de escolas particulares e de cursinhos pré-vestibular. Para isso temos as cotas, como tentativa de amenizar o problema. É uma reparação obrigatória, mínima, frente ao abismo social existente no Brasil. Mas ainda não é a solução, porque o buraco está beeeem mais embaixo. Mas isso é assunto pra outra hora, voltemos ao fechamento das escolas do MST.
Sendo a educação um ato político, como bem disse Paulo Freire, e por isso, nunca neutro, cabe questionar que tipo de cidadãos estamos formando com nosso currículo tradicional, onde a tabela periódica é exigida daqueles que precisam pedir esmola nos supermercados, onde a conjugação de verbos em inglês é ensinada para jovens que sequer compreendem o conceito de “pátria”. Do outro lado, temos iniciativas como o MOVA, em que os adultos são alfabetizados sem uma cartilha pré-concebida, mas sim de acordo com suas realidades. Temos as escolas itinerantes do MST, que buscam desenvolver a consciência crítica e ensinar a ler o mundo do ponto de vista da realidade dos acampados e assentados, que não é de forma alguma o mesmo ponto de vista que nós, frente aos monitores de nossos computadores na cidade, temos.
No fechamento das escolas, nem pais nem alunos foram ouvidos. Será que cabe realmente a nós dizermos que estas escolas são insatisfatórias e que não servem para educar estas crianças? O plano curricular das escolas municipais e estaduais é tão excelente, atual e superior em qualidade como cremos?
Fonte: Blog O PLANTADOR.
quarta-feira, 11 de março de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Retorno da Ilha Revolucionária

Retornei de Cuba no dia 09/02, cheguei ao Brasil no dia 10/02. Estou em processo de organização do material coletado em "La Isla Revolucionaria" e estarei aos poucos colocando minha impressão sobre aquela sociedade que constrói o Socialismo com sacrifício e muita garra. O bloqueio imposto pelos EUA é de uma crueldade inimaginável. Há problemas vários, mas todas aquelas restrições atribuída a Cuba, em relação as liberdades, não são geradas por lei cubana, mas sim, são as ações do império sobre o povo cubano. As mídias capitalistas divulgam como se fossem restrições institucionalizadas pelo governo Cubano. Há uma vida simples, alegre, solidária e amável entre os cubanos e isto eles também fazem com os estrangeiros. O direto de ir e vir, o livre arbítrio e a unidade do povo é preservada como fonte de manifestação da diversidade dentro de um espírito de união e respeito. A sociedade cubana adora o pluralismo, a diversidade, a abundância de pensamento e da praticidade gerada pelo raciocínio das pessoas, por isto a participação popular garante a revolução que resiste ao império. Suportaram a queda da Urss, que dava um suporte econômico importante e fundamental para a Ilha, hoje, resite ao assédio da globalização e o enrijecimento dos governos norte-americanos, em seu turno bloqueou a contas de Cuba no exterior. Mas Cuba caminha para algumas conquistas, como a auto-suficiência em petróleo e energia.
Indo a Cuba perde-se aquele romantismo infantil. Mas Cuba tem Socialismo, sem dúvida! Viva o Socialismo!
Assim, com o decorrer do tempo, as reflexões sobre a Ilha Revolucionária serão postadas, de acordo com a elaboração e ordenação dos argumentos que possam clarear os conhecimentos adquiridos nessa experiência.
Abraço fraterno
Raoul José Pinto
Viva a Revolução Cubana!
Viva os 50 anos da Revolução em Cuba!
Viva Fidel! Viva Raúl!
Viva a XVI Brigada Sul-Americana de Solidariedade a Cuba!
Até a Vitória! Venceremos!
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Passagem à Ilha Revolucionária
Prezados Leitores e Camaradas!
" Socialismo é o nome político do Amor" (Frei Betto)
Domingo, dia 25 de janeiro, estarei embarcando para Cuba. É a primeira viagem que faço para a ilha revolucionária do Caribe e a expectativa é de apreender a dinâmica de uma sociedade estruturada em outras bases, e a partir dela ampliar a avaliação sobre o que acontece no mundo hoje, qual a perspectiva da Revolução Cubana e quais os caminhos que devemos começar a trilhar para a revolução em outros países. Clarear a situação vivida pela esquerda no mundo, pois a realidade se diversifica e muitas vezes, a esquerda, se exclui da luta refugiando-se em velhos dogmas, ou se ajusta a institucionalidade capitalista, ou ainda, não enxerga sua dinâmica.
Novas e ricas experiências têm surgido no mundo, como o Exercito Zapatista de Libertação Nacional - EZLN, no México; na Venezuela, com Chávez; na Bolívia, com Evo Morales; no Equador, com Rafael Correa. Experiência como a da Bolívia é hoje, a meu ver, o laboratório da luta revolucionária no mundo pela sua diversidade em relação a sua sociabilidade coletiva. A dificuldade do capitalismo em ser hegemônico naquele país, resgata sua identidade e não nega os avanços da tecnologia,. É uma sociedade que quer combinar a tecnologia e a produtividade pelo usufruto coletivo. Não pela relação de troca, mas pela necessidade da sociedade de preservar a cultura e o meio ambiente, construindo uma sociedade que se despe do egoísmo e da alienação; desenvolvendo a magnífica capacidade criadora do ser humano.
Cuba é o coração vivo da Revolução permanente. Resistiu às vicissitudes que advieram pelo fim do bloco do socialismo real no leste europeu. Continua resistindo ao bloqueio e aos ataques terroristas do império norte-americano. Essa perícia, dignidade e rebeldia fazem de Cuba uma nação em luta continua para manter os ideais revolucionários e avançar em suas conquistas diante do mundo. Cuba é o exemplo de soberania, convicção e tem autoestima que lhe garantem o morla alto para continuar no caminho escolhido. Sabe que, embora as dificuldades, conseguirá triunfar diante de todas as ameaças e ações destrutivas dos capitalistas. Enxergamos a sociedade cubana como aquela que se empenha, dia-a-dia, por justiça social. Dentro dessa postura extrapola suas divisas pelo seu internacionalismo, e pela sua solidariedade para com outros povos.
Neste momento, estou despedindo-me de todos vocês e, dentro do tempo disponível, estarei atualizando o blog diretamente de Cuba. Ao mesmo tempo, estarei escrevendo e priorizando um diário sobre as experiências vividas na ilha revolucionária.
E, para finalizar, expresso a honra que sinto em participar da XVI BRIGADA SUL-AMERICANA DE SOLIDARIEDADE A CUBA – ANO 50 DA REVOLUÇÃO-, na qual o trabalho voluntário como dizia o Cmte. Che Guevara é uma atitude genuína dos comunistas. Entrego-me, com fervor e alegria, nesta missão. Deixo claro que não medirei esforços na realização deste intento.
Dedico esta "Passagem à Ilha Revolucionária" a minha mulher Maristela, aos 25 anos do MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Brasil, aos Camaradas José Ernesto Grisa, João Pedro Fernandes e, em especial, ao Cmte. Fidel Castro Ruz.
Abraço-lhes com toda fraternidade revolucionária,
Brigadista Raoul José Pinto
Viva a Revolução Cubana!
Viva a Revolução Mundial!
Viva todos os Brigadistas!
Pátria ou Morte!
Até a Vitória!
Venceremos!