




"Hay hombres que luchan un dia y son buenos
Hay otros que luchan um año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida
Esos son los imprescindibles"
(Bertolt Brecht)
Em mais de uma frente de ação, tanto na capital quanto no interior, temos a felicidade de contar com estes companheiros para a luta anticapitalista unitária. De forma construtiva e respeitosa, temos tido a oportunidade de superar preconceitos infundados que separavam certos comunistas de certos anarquistas, construindo a unidade dos lutadores com perspectiva e prática classista e revolucionária.
Yeda Crusius decidiu mover uma ação por “injúria, calúnia e difamação”, em função de cartazes da FAG onde a governadora é responsabilizada pelo assassinato do sem-terra Elton Brum da Silva. A governadora, que recentemente se livrou de ser investigada por corrupção na Assembleia Legislativa (casa tão desmoralizada quanto o Executivo), decidiu agora ir à forra e retomar a sua campanha de criminalização das lutas e dos movimentos populares. Não bastassem os assassinatos de lideranças populares, cometidos pela Brigada Militar em sua gestão – do qual o caso do companheiro Elton é apenas o mais recente - , temos percebido uma mobilização crescente do aparelho repressor do Estado contra a nossa militância.
Em março deste ano, militantes do PCB, que realizavam atividade de solidariedade ao MST no interior do estado, foram abordados por policiais militares que os forçaram a entregar dados pessoais para um “cadastro de militantes e simpatizantes do MST no RS”. Como a Brigada Militar atua como força auxiliar do latifúndio e suas milícias, temos razões para nos mantermos alertas.
Ainda mais recentemente, agora neste mês de outubro, o nosso camarada Pedro Munhoz, cantor e compositor, sofreu duas sérias tentativas de intimidação. A primeira quando cantava em Alvorada com o grupo Teatro Mágico, e outra após a sua participação no ato-show Fora Yeda. Nas duas oportunidades Pedro declamou no palco o seu belo poema “Quando matam um sem-terra”, que deve incomodar bastante a governadora porque toca com propriedade em algumas feridas: debaixo de um capacete / Dá a ordem o Gabinete, / (…) quando matam um Sem Terra / outras batalhas se espera, / dois projetos em disputa. / Não se desiste da luta, / quando matam um Sem Terra.
Pedro não deixará de cantar e declamar sua poesia, como nós não deixaremos de lutar lado a lado com o MST, a FAG, e com todos aqueles que se colocam na luta revolucionária contra o capitalismo.
Conclamamos todos os lutadores da classe trabalhadora a dobrarem a vigilância e a multiplicarem a solidariedade.
29 de outubro de 2009,
Comissão Política Regional do PCB no RS
Raoul José Pinto
A Polícia Militar de Santa Catarina é vanguarda em promover na prática um luta fundamental e de profundidade histórica às Policias Militares nos Estados do Brasil.
Estabeleceram políticas de organização da categoria e propostas como a desmilitarização dessas Polícias. Isso significa que essa categoria não se presta e não quer mais submeter-se a cumprir os ditames e aos caprichos das oligarquias do Estado, em reprimir os movimentos sociais.
Essa proposta não fica somente no discurso ou na teoria de seu jornal; se estão sendo perseguidos pelo Governador Luiz Henrique é porque contrariaram a lógica da política de privilégios na segurança no Estado, que é: a de defender latifundiários e empresários. Essa Polícia quer praticar a verdadeira obra de sua vocação: a segurança pública. Realizar o policiamento ostensivo para de fato proteger a população dos conflitos de relações e dos desvios de conduta dos cidadãos, dadas as condições vividas pela sociedade brasileira que se explicita na hora da sobrevivência. A ética e a moral não voz permite como trabalhadores da segurança e filhos dessa mesma classe bater e matar lutadores sociais organizados, que sofrem as crueldades do capitalismo e não se submetem a exclusão; não a aceitam, preferindo lutar contra esse sistema a se marginalizarem.
O capitalismo na ambição de lucro dos empresários geram a violência urbana, a desagregação familiar e problemas psicológicos advindo da competição, da pressão da ingrata luta pela vida. Enquanto os ricos se dão ao luxo de usar as Polícias Militares para proteger seus interesses, privilégios e segregação social.
A Polícia Militar de Santa Catarina, não se propõe a criminalizar os movimentos sociais nas suas justas ações contra o poder da burguesia brasileira. Essas são as verdadeiras razões dos expurgos e punições radicalizadas pelo governador através da cúpula da Polícia Militar de Santa Catarina.
Viva a APRASC! Viva os Trabalhadores da Segurança Pública de Santa Catarina! Contra a Criminalização do Movimentos Sociais!
Em uma das inúmeras conversas que tive o prazer de ter com o “vôo livre” Deogar Soares, bem acomodados no “nosso” Cruz, ao comentarmos sobre alguma das tantas barbaridades deste mundo, que certamente não conseguirei lembrar, ele disse, daquele jeito que só quem o conheceu pode imaginar: “eu cada vez mais perco a capacidade de me surpreender com as coisas”.
Pois é, vivemos em uma sociedade em que, cada vez mais temos motivos para dizer que deixamos de nos surpreender, tal a quantidade de absurdos gerados por uma sociedade corrompida pelos ditames de uma lógica perversa e desumana.
Porém, a situação que vivemos atualmente no Rio Grande do Sul, capitaneados por uma governadora que já inscreveu seu nome na história como dirigente do governo mais corrupto já visto por estes pagos, tem dado motivos para que constantemente, nos surpreendamos com suas novas “peripécias”.
Como todo grupo que se organiza para praticar atos ilícitos, este, coordenado pela dona Yeda, não foge à regra: procura, através da força, da repressão e da mentira calar seus opositores e manter, pelo medo, seu poder.
No seu mandato, foram inúmeros os momentos em que seu braço armado agiu para reprimir manifestações do povo gaúcho, tão ao gosto de nosso “caubói dos pampas”, o famigerado e desequilibrado Coronel Mendes, que mais parece ter saído diretamente das catacumbas da Idade Média. Mas, este senhor, ao sair do comando da BM (pelo menos oficialmente), deixou em seu lugar gente com os quais não deve ter nenhum motivo para decepcionar-se.
Durante o (des) governo tucano, muitas manifestações foram e continuam a ser tratadas com cassetetes, bombas e safanões, vários dirigentes sindicais acabaram presos e agredidos e também processados judicialmente por quem deveria mesmo era correr da Justiça. Mas aqueles que mais sofreram durante este tempo, foram, como não poderia deixar de ser, os militantes do MST, que por negarem-se a correr da luta e optar por pelear sempre, foram várias vezes proibidos de manifestarem-se e de deslocarem-se pelo estado, tiveram acampamentos invadidos, lonas rasgadas, alimentos estragados ou “desaparecidos” e foram vítimas de uma campanha orquestrada pelo governo, por parte do judiciário gaúcho e, claro, pelo maior partido de direita do RS, o grupo RBS, que tentam a todo o momento incriminar o Movimento e orientaram ações no sentido de torná-lo ilegal.
Como parte de tudo isto, no dia 21 de agosto passado, o sem-terra Elton Brum da Silva foi assassinado pela Brigada Militar em uma ação de despejo que foi preparada pelo comando estadual da BM. Nesta ação, homens, mulheres e crianças foram agredidos por brigadianos e cães (não se sabe quais os mais raivosos) e humilhados de várias maneiras, resultando em mais de uma dezena de feridos.
Em todo o país, realizaram-se vários atos de protesto ao ocorrido, reunindo sem-terra, sindicalistas, intelectuais, artistas e todos aqueles comprometidos com a luta dos povos contra a opressão e pela justiça. Dentre estes, o cantador e grande companheiro de lutas Pedro Munhoz escreveu um poema em homenagem ao Elton, que tem sido divulgado em vários órgãos da imprensa alternativa.
Pois, para provar que os tiranos nunca têm limites em sua fúria contra as manifestações contrárias aos seus interesses, nos últimos dias o Pedro sofreu duas tentativas de prisão por parte da BM ao recitar o poema em apresentações realizadas em Alvorada e Porto Alegre, sendo esta última no Ato Fora Yeda.
Então tá! Se ainda havia alguma dúvida ... somos governados por sobras da ditadura militar, que reprimem, dão porrada e atentam contra o direito de livre manifestação, garantido pelo povo brasileiro através de muita luta e organização, enfrentando aqueles de quem parece que esse pessoal que está sendo processado por formação de quadrilha sente muita saudade!
Assim, quero pedir a todos os companheiros que solidarizam-se com as lutas do povo e contra todas as tiranias, que façam circular essa notícia e demonstrem sua solidariedade com todos aqueles que, de uma forma ou de outra, seja com cartazes, microfones, enxadas ou violões, estão na luta e gritam a todo o momento, como fizeram os irmãos cubanos na Sierra Maestra e agora fazem os hondurenhos em luta contra o golpe que sofreram: “Aqui no se rinde nadie!”.
MEU COMPANHEIRO E AMIGO PEDRO MUNHOZ, GRANDE ABRAÇO E TODA A FORÇA NA LUTA!!!
Porto Alegre, 15 de outubro de 2009.
Lauro Borges
Solidariedade: Runildo Pinto
“Solo hay una cosa más grande que el amor a la libertad: el odio a quien te la quita” (Ernesto Guevara de la Serna )