"Hay hombres que luchan un dia y son buenos
Hay otros que luchan um año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida
Esos son los imprescindibles"
(Bertolt Brecht)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Não bastou matar São Sepé Tiaraju. Era preciso matar também a sua história

12/5/2009


"A classe hegemônica dos grandes proprietários rurais começa a sentir que está perdendo a guerra ideológica de seu individualismo capitalista para uma economia mais solidária de pequenas propriedades familiares ou comunitária, de associações populares e cooperativas", escrevem Antônio Cechin e Jacques Távora Alfonsin, no artigo que publicamos, hoje, Antonio Cechin é irmão marista, miltante dos movimentos sociais. Jacques Távora Alfonsin é advogado do MST e procurador do Estado do Rio Grande do Sul aposentado.

Eis o artigo.

Acaba de ser posto abaixo pelo poder municipal de São Gabriel um monumento a São Sepé Tiaraju e 1.500 companheiros mártires. Esse desrespeito aos que souberam dar a vida em favor dos irmãos do Povo Guarani e das próprias Missões Jesuíticas, se insere numa sequência de antecedentes que parecem não ter fim.

Tão logo Sepé Tiaraju e o exército guarani, no ano de 1756, foram chacinados pelos exércitos unidos de Espanha e Portugal, impérios mais fortes do mundo da época, a terra que até então era posse comunitária de todo um povo, teve como sucedânea uma economia de latifúndio. Grandes extensões de campo, denominadas sesmarias, começaram a ser apropriadas, começando pelos próprios oficiais comandantes “vencedores” da guerra guaranítica. Além da terra e das sete lindas cidades missioneiras, havia vários milhões de cabeças de gado no pampa, fruto do trabalho dos índios. Não é por acaso que até os dias de hoje, a cidade de São Gabriel, onde o povo guarani travou as batalhas definitivas, é o coração do latifúndio que é predatório de terra e opressor de gente, um dos exemplos brasileiros mais significativos da urgência em se realizar a reforma agrária.

No ano de 1956, quando se completavam os 200 anos do martírio do herói popular Sepé Tiaraju, surgiu um movimento no Rio Grande com vistas a levantar um monumento em praça pública de Porto Alegre, em honra ao “índio do grito”. A pressão bateu às portas do palácio Piratini, sede do governo do Estado. Ildo Meneghetti achou por bem consultar o Instituto Histórico e Geográfico. Esta instituição deu um parecer totalmente contrário dizendo em síntese: “Sepé Tiaraju, herói português não é, porque combateu contra o império de Portugal. Tampouco é herói espanhol pelos mesmos motivos: combateu contra Espanha. Herói brasileiro menos ainda, porque o Brasil nem existia". A conclusão foi contundente: “Quem pariu mateus que o embale. Quando muito Tiaraju talvez possa ser herói jesuítico pois foram os padres que deram origem a essa figura. Eles então que lhe levantem o monumento que quiserem”. Sepé acabava de ser morto mais uma vez. Aos dois impérios que esbulharam as terras do povo guarani, governo e classe dominante do Rio Grande sucediam-lhes em crueldade, sem solução de continuidade.

No ano de 1948, uma equipe de alunos do colégio secundário “Júlio de Castilhos”, filhos de grandes fazendeiros da fronteira, saudosos da vida em suas fazendas do interior, inventaram um movimento gauchista. Adotaram a estância latifundiária dos fins do século XIX e começos do século XX como modelo e padrão do seu tradicionalismo. O MTG que anda espalhadíssimo por aí, não só no Rio Grande mas por todo o Brasil e mesmo fora do país, foi fabricado artificialmente e se consagrou como um tradicionalismo de CTG. É um gauchismo de classe dominante. Um gauchismo ou tradicionalismo às avessas, de cima para baixo. Os pobres do Rio Grande nada tem a ver com ele, nem ontem nem hoje.

O gauchismo do povão que vinha até então, isto é, até esse outro inventado pelos jovens estudantes, vinha sendo pautado, entre muitos, pelos escritores Simões Lopes Neto, Érico Veríssimo e Manoelito de Ornelas. Tem como ato fundante as Missões Jesuíticas com seu mais belo florão, São Sepé Tiaraju, ampliado depois pelos negros quilombolas com a história do Negrinho do Pastoreio e hoje apoiado integralmente pelos movimentos populares, principalmente pelos Sem-Terra e os pequenos agricultores, os operários, os desempregados, os catadores, etc. Infelizmente o gauchismo da classe dominante, o de CTG, continua sendo hegemônico até os dias de hoje.

No ano de 2006, por ocasião dos 250 anos do martírio de São Sepé e dos Missioneiros, os movimentos populares do Rio Grande se uniram e, através de uma lei aprovada por unanimidade pela Assembléia Legislativa, São Sepé Tiaraju foi proclamado herói guarani, missioneiro e rio-grandense. Foi dando concretude a essa lei assinada por todos os deputados e pelo poder executivo do estado que levantamos o Oratório-Monumento em honra de Sepé e companheiros mártires, lutadores em defesa de terra e pátria para o povo guarani. Tivemos o cuidado de erguê-lo na Sanga da Bica, no lugar exato em que tombou Sepé, por ser o primeiro monumento ao santo canonizado pelo povo.

Nesse mesmo ano de 2006, a imprensa registrou através de várias manchetes, a apropriação que os movimentos populares conseguiram fazer da figura histórica de Sepé Tiaraju, contra a classe dominante, especialmente os latifundiários que queriam se adonar do índio mártir e particularmente do seu brado histórico: “Esta terra tem dono pois foi Deus e o Arcanjo São Miguel que no-la deram em herança”. Os latifundiários como anti-povo, tinham e têm em vista a apropriação do “índio do grito” em defesa da propriedade ferrenha das terras como latifúndios, em contraposição com os pobres Sem-Terra que desejam a posse comunitária ou então como pequenas propriedades rurais destinadas à agricultura familiar ecologicamente correta.

A classe hegemônica dos grandes proprietários rurais começa a sentir que está perdendo a guerra ideológica de seu individualismo capitalista para uma economia mais solidária de pequenas propriedades familiares ou comunitária, de associações populares e cooperativas.

Perdida a guerra ideológica contra o povão, só resta o vandalismo até mesmo em cima dos símbolos, como é o caso desse oratório-santuário que acaba de ser demolido. É de se esperar que o Ministério Público do Estado e a Procuradoria da República nesta região do país, pelo menos desta vez, não acrescente à perseguição que movem contra os pobres Sem-Terra, a ignomínia de se omitir diante desse novo massacre, praticado contra a memória de uma das mais contundentes provas históricas de que o sacrifício atual desses pobres não difere em nada daquele que matou São Sepé.

Para ler mais:

http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=22183

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O milagre Guarani. Entrevista especial com José Roberto de Oliveira

Ressalva do Editor do Blog: Não concordamos com o entrevistado, quando se refere ao movimento Farroupilha, denominando de Revolução. Em vários artigos, aqui postados, deixamos claro que este movimento foi uma revolta, um conflito entre os senhores da Província e os senhores do Império, por interesses nada populares e não projetava nenhuma transformação social. Reforçamos que o livro e a entrevista a que postamos, presta um relevante serviço no descortino da verdadeira história dos rio-grandenses.


Pedido de perdão ao triunfo da humanidade – A importância dos 160 anos das Missões Jesuítico-Guarani (Porto Alegre: Martins Livreiro, 2009) é o título do livro que José Roberto de Oliveira está lançando hoje, em Porto Alegre. Depois de uma profunda pesquisa, ele traz, nesta obra, parte da história esquecida dos povos Guarani e, assim, conta de onde vieram, os caminhos que percorreram, a influência na cultura e no desenvolvimento de vários países do mundo e, finalmente, sua chegada à região missioneira, o apoio dos jesuítas, seu ápice, sua lutas e, por fim, o cotidiano deles hoje. “Não interessava aos poderosos contar uma história que ajudou a formar mundialmente o comunismo e o socialismo”, explica Oliveira.

Na conversa que teve por telefone com a IHU On-Line, José Roberto fala da relação que os Guarani têm como os povos de outras regiões do Rio Grande do Sul e explica que, além de estarem presentes na nossa cultura, os Guarani nos deixaram também uma herança genética. E ainda: há registros da influência dos Guarani entre os povos da Mongólia, do Japão e da Polinésia. “Dos rincões do Rio Grande do Sul, saiu uma experiência que modificou a humanidade”, garante o autor.

José Roberto de Oliveira foi vice-prefeito de São Miguel das Missões e também secretário de turismo da cidade. Ele lança este livro hoje, dia 7 de maio, no Santander Cultural, em Porto Alegre.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Sempre que tratam dos Guarani, eles são relacionados com a região das missões, quando sua história também está fortemente relacionada com outras regiões. O senhor pode nos contar um pouco sobre a relação histórica que os povos das missões têm com outras regiões do estado?

José Roberto de Oliveira – O livro trata de um pedido de perdão aos indígenas e, principalmente, aos que têm uma história missioneira. No início dele, eu trago uma cronologia da história e coloco essa relação dos índios Guarani com outros povos, inclusive de fora do país e em outros continentes. Sabemos que os povos Guarani têm uma formação mongol. Acredito que eles vieram pela Polinésia [1], até por uma série de doenças que só existem nessa região e que os Guarani acabaram trazendo para a América, onde chegaram muito provavelmente a partir do Peru. Eles estão há aproximadamente oito mil anos na Bacia do Rio Amazonas, especialmente no Rio Madeira. Depois, andaram mais para o litoral brasileiro e pelo Pantanal e foram descendo até o Rio Grande do Sul. Aqui, entraram pelo Rio Uruguai e foram para o Ibicuí, Jacuí, tomando grande parte do estado. Os jesuítas entraram no Rio Grande do Sul efetivamente em 1626 e começaram todo um processo de construção de reduções. Nesse primeiro período, eles foram perseguidos pelos bandeirantes. Com isso, um grupo de 300 mil Guarani foi levado para diversas áreas do país como escravo em lavouras. Assim, foram expulsos pela primeira vez do Rio Grande do Sul. Essa fase terminou em 1638.

Então, eles saíram da Mongólia há 20 mil anos, e passaram pelo Japão – esta é uma tese que levanto, pois muitas palavras do japonês são as mesmas do Guarani, como, por exemplo, bambu, principal elemento guarani. Em relação ao alfabeto mundial, falta apenas uma letra nos alfabetos guarani e no japonês, que é a letra R. Vários estudos falam desse parentesco. Seguiram depois pela Polinésia, de onde trouxeram alimentos como a mandioca. No Rio Grande do Sul, receberam os jesuítas, começaram a viver reducionalmente e, então, foram atacados pelos bandeirantes, virando escravos em São Paulo. Com isso, ficaram 45 anos fora do Rio Grande do Sul, vivendo na Mesopotâmia, entre o Rio Uruguai e o Rio Paraná, onde hoje fica a região de Missiones e Corrientes na Argentina. Depois, eles voltaram, pois em 1680 Portugal fundou a Colônia do Sacramento do outro lado do Rio da Prata. Com esses movimentos, os jesuítas e Guarani voltaram para o Rio Grande do Sul e fundaram os Sete Povos das Missões, ingressando no grande período.

No segundo período missioneiro, que inicia em 1682, começa uma certa plenitude do que foi o processo jesuítico-guarani, num modelo de alta produção, exportação. Diariamente, saíam carretas levando couro para Buenos Aires, erva mate, imóveis, instrumentos musicais, além de elementos fundidos (a primeira fundição de aço foi feita numa das reduções do lado brasileiro, em São João Batista). Foi um momento extraordinário. Voltaire [2] chamou isso de triunfo da humanidade, quando um povo vivia num sistema integrado (ninguém era dono da terra), de forma fraternal, exatamente a mensagem que Cristo nos enviou.

Escritores como Montesquieu [3] aprofundaram esse tema especialmente em 1700, quando relatam o verdadeiro milagre que estava acontecendo na humanidade. Todavia, esses mesmos escritos não serviam aos reis da Europa, pois eles eram os grandes donos da terra. Os jesuítas estavam começando a criar uma ideia de que as terras deveriam ser divididas e de que o povo podia se sentir dono de tudo. Depois, isso acabou se efletindo nos escritos de Paul Lafargue [4], que escreveu profundamente sobre a questão missioneira. Essas coisas todas acabaram refletindo poderosamente em nível internacional e delas jamais nós, gaúchos e brasileiros, soubemos anteriormente. Por isso, no livro trago essa questão de que nós tivemos uma das mais extraordinárias experiências. Só depois de algumas visitas à Europa, consegui reunir um número maior de documentos e importantes informações, relatando guerras, batalhas e outros acontecimentos.

Assim, consigo mostrar que o povo Guarani continua vivo ainda, especialmente nos pobres das vilas e dos bairros do Rio Grande do Sul e do Brasil. Muitos e muitos gaúchos, você vê pelos rostos, são de origem Guarani, como também de Charruas, de Minuanos e outras nações indígenas que viviam perfeitamente antes do descobrimento. Há um reflexo muito poderoso na questão da genética. O gaúcho tem como base fundamental o Guarani, pois este forma o povo nativo do Rio Grande do Sul.

IHU On-Line – Por que a história ocorrida nas Missões ficou por tanto tempo esquecida?

José Roberto de Oliveira – Porque a história não interessava aos ganhadores, ou seja, aos portugueses, que sempre comandaram o processo de divisão do Rio Grande do Sul e tinham interesse em manter as fronteiras do estado onde está hoje, no Rio Uruguai. Ela é uma história contada e formada por espanhóis. Isso porque o mundo espanhol dominou aquela nossa região missioneira pelo menos até 1828. A Unesco, ao determinar que as missões são patrimônio mundial, não fez isso pela sua arquitetura, mas pela experiência única vivida naquela região por um conjunto de 30 povos que fez algo extraordinário. Todavia, muitos historiadores escondem isso. Ainda hoje, há gente que diz que o povo das missões era diferente, que tinha formação espanhola e por isso, hoje, acha que esta história não deve ser contada como uma história gaúcha.

IHU On-Line – Como a história e a cultura dos povos Guarani, que viviam na região das missões, estão presentes na cultura e na identidade do gaúcho atual?

José Roberto de Oliveira – Os primeiros a trabalharem com o gado do Rio Grande do Sul foram os Guarani. Os jesuítas trouxeram esse gado em 1634 e acabaram profissionalizando um conjunto bastante grande de povos Guarani e Charruas. Toda essa questão pecuária do estado está presente. Outra é a questão do uso da erva mate. O chimarrão era um instrumento dos Guarani e com a presença dos jesuítas foi socializado, inclusive internamente dentro das tribos. Depois, acabaram levando isso para o conjunto da sociedade. O hábito de se tomar chimarrão tem ligação direta com o povo Guarani. Obviamente, há ainda outras expressões, como “tchê”, que para os Guarani significa “meu amigo”. Por isso, geralmente, você só diz “tchê” para alguém que você conhece. O nosso jeito diferente de dizer algumas coisas vem dessa nação Guarani. Uma questão fundamental também é a herança genética do povo, que hoje está na cara de nossa população.

Os pobres do Rio Grande do Sul ou são de origem negra ou de origem indígena. Obviamente, existe toda uma explicação antropológica que explica isso. Além disso, temos três santos no estado, canonizados pela Igreja Católica: Santo Roque Gonzalez [5], Afonso Rodrigues [6] e João del Castillo [7]. No entanto, são ignorados. A canonização deles se deveu a uma cura de câncer que foi acompanhada por médicos. Desse modo, foram considerados três santos missioneiros. E ainda existe a questão da música, como o chamamé [8]. Lembrando-se que a província jesuítica começava no Paraguai, abrangia toda a grande região da Argentina (Missiones, Corrientes e Entre Rios) e entrava no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. O reflexo mundial disso está revelado nos livros de autores como Voltaire. Isso é algo fantástico! Dos rincões do Rio Grande do Sul, saiu uma experiência que modificou a humanidade, especialmente depois dos escritos dos jesuítas. Em 2009, comemoramos os 400 anos das Missões. É um ano muito especial para quem vive na América. Trata-se de um momento de difusão. Que Deus nos ajude que, com esse livro, com o pedido de perdão ao triunfo da humanidade, possamos divulgar para a sociedade a história que deletamos. Uma história que estava esquecida porque não interessava aos poderosos contá-la. Uma história que ajudou a formar mundialmente o comunismo e o socialismo. Também não interessava contar que a presença castelhana foi tão importante no estado e nos faz ser do jeito que somos. Ainda hoje, depois das reportagens que serão feitas revelando os feitos dos povos das missões, certamente reaparecerão os historiadores com formação portuguesa dizendo que os missioneiros não são do mundo gaúcho.

IHU On-Line – Que legado, em sua opinião, Sepé Tiaraju deixou-nos?

José Roberto de Oliveira – Acho que ele representa esta coisa do peleador, de alguém que luta, o que tem muito a cara do gaúcho. Nós sempre lutamos por tanta coisa e, desde a Revolução Farroupilha, temos um nó na garganta, pois não sabemos ao certo para quem reclamar. Isso está muito presente ainda hoje. Os grandes movimentos sociais do país, como o MST, buscam no Sepé Tiaraju a coragem para pelear contra essas questões, para que realmente alcancem um patamar maior de consideração nacionalmente. Outros países, como Argentina, Chile e Bolívia, usam Tiaraju como referência. O Irmão Cechin está inclusive fazendo um trabalho pela canonização de Sepé Tiaraju, pois o povo do interior do Rio Grande do Sul fez isso e, então, cabe à Igreja oficializar. Essas são as heranças do Sepé. Ele é nosso ícone.

IHU On-Line – Sépe Tiaraju sonhou com a “Terra sem Males". Como o senhor vê essa questão hoje?

José Roberto de Oliveira – A "Terra sem Males" não é só de Sepé, mas sim é a tese e o espírito dos Guarani. De um milhão e quatros mil Guarani que viviam na época do descobrimento, hoje, no Rio Grande do Sul, existem menos de dois mil. Eles sempre foram um povo espiritual e sempre falaram da busca pela Terra sem Males, o que sempre esteve no centro da sua cultura. Esta nação e este território (físico e espiritual) da Terra sem Males têm duas visões: a de uma terra em que todos vivessem bem, de forma fraternal, mas também a de uma terra espiritual, em que cada um tivesse um coração sem males. Esta tese é uma coisa absolutamente maravilhosa e compõe, ainda hoje, o centro da espiritualidade dos povos Guarani e missioneiro. Nenhum deles quer ser rico. Formam o povo das nossas vilas e bairros, que deseja ter uma casa e uma comida sem males, além de acreditar em Deus.

Notas:

[1] A Polinésia é um conjunto de ilhas no Oceano Pacífico.

[2] François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio. Foi um defensor aberto da reforma social e frequentemente usava suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo.


[3] Charles-Louis de Secondat, também conhecido como Charles de Montesquieu, foi um político, filósofo e escritor francês. Ficou famoso pela sua Teoria da Separação dos Poderes, atualmente consagrada em muitas das modernas constituições internacionais. Revelou-se um crítico severo e irônico da monarquia absolutista decadente, bem como do clero católico. Adquiriu sólidos conhecimentos humanísticos e jurídicos, mas também frequentou em Paris os círculos da boêmia literária.

[4] Paul Lafargue foi um revolucionário jornalista socialista francês, escritor e ativista político. Foi genro de Karl Marx, casando-se com sua segunda filha Laura. Seu mais conhecido trabalho foi O direito à preguiça, publicado no jornal socialista L'Égalité.



[5] Roque Gonzales de Santa Cruz foi um religioso natural do Paraguai que entrou na história do Brasil meridional ao tentar disseminar a religião católica entre os povos originais das terras do oeste do Rio Grande do Sul. Foi um dos primeiros evangelizadores nas terras do Sul do Brasil.



[6] Santo Afonso Rodrigues foi um sacerdote jesuíta espanhol morto como mártir na recém-fundada redução de Caaró, no Rio Grande do Sul. Em 1 de novembro de 1628, juntamente com o padre Roque Gonzales de Santa Cruz, fundou a redução de Caaró, onde recebeu a morte poucos dias depois, em 15 de novembro, por mãos de índios contrários à atuação jesuíta.


[7] Juan del Castillo (ou João de Castilho) foi um sacerdote jesuíta e missionário, e um mártir da Igreja Católica. Foi matirizado por ordem do cacique Nheçu em 17 de novembro de 1628, o mesmo destino que tiveram os padres Roque Gonzales de Santa Cruz e Afonso Rodrigues e o cacique Adauto.



[8] Chamamé é um gênero musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil (isto é, nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul) e em outros países. Em sua origem se integram raízes culturais dos povos indígenas Guarani, dos exploradores espanhóis e até de imigrantes italianos.

http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=22048