"Hay hombres que luchan un dia y son buenos
Hay otros que luchan um año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida
Esos son los imprescindibles"
(Bertolt Brecht)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

RBS TINHA DEZ SENHAS DO GOVERNO YEDA PARA ESPIONAR DESAFETOS

silêncio na avenida ipiranga....

do Cloaca News de Cloaca News


Depois de admitir, por meio de nota publicada no tabloide venal Zero Hora, que o araponga lotado na Casa Militar do Palácio Piratini era informante do Grupo RBS (afiliado da Globo no RS e em SC), o império mafiomidiático gaúcho está às voltas com mais uma sarna: pelo menos dez senhas de acesso ao Sistema de Consultas Integradas da Secretaria de Segurança foram distribuídas pelo governo Yeda Crusius (PSDB) aos repórteres do conglomerado da Famiglia Sirotsky. A informação foi veiculada pelo Twitter do jornalista Vitor Vieira, profissional que passa longe de ser considerado um “petista”.

Com a revelação, a sociedade passa a conhecer melhor as outras fontes “jornalísticas” da corporação. Como se sabe, os veículos da RBS também costumam basear seus “furos de reportagem” em materiais apócrifos e anônimos encontrados nos latões de lixo dos estacionamentos de Porto Alegre.

Até o momento, a laboriosa colunista-abelha de ZH e o operoso comentarista-vendedor-de-salames da RBS não se manifestaram sobre a violação, pela empresa, de seu próprio Código de Ética.

Aguardam-se, para breve, as posições da ARI (Associação Rio-grandense de Impresa), da ANJ (Associação Nacional de Jornais), da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e do Sindicato dos Jornalistas.

domingo, 12 de setembro de 2010

UM PORTO... ALEGRE SÓ PARA OS RICOS


Tania Jamardo Faillace - jornalista de POA – Região 1


Durante o mandato de João Dib como interventor do regime militar em Porto Alegre, no início dos 80, ele fez algumas propostas chocantes para a então aguerrida população portoalegrense. Tratava-se da “modernização”do Centro de Porto Alegre. Nessa modernização, estavam incluídas:


1. Demolição da Usina do Gasômetro

2. Demolição do Cadeião (Casa de Correção)

3. Demolição do Mercado Público

4. Demolição do Paço dos Açorianos


No lugar do Mercado Público e do Paço Açorianos, seriam construídos enormes estacionamentos subterrâneos para carros de passeio. No lugar do Cadeião e da Usina do Gasômetro, um projeto para o turismo de alto luxo, com marina privada, hotéis de muitas estrelas, etc., etc.


Na época, a sociedade gaúcha agiu rápido. Tombou (preservou) legalmente os prédios ameaçados, mas não conseguiu impedir a demolição do Cadeião, antes de ser publicada a lei no Diário Oficial. Depois disso, o pessoal não mais se descuidou, e conseguiu proteger os outros prédios. Mas a idéia não morreu, apenas ficou em banho-maria.


O neoliberalismo dos governos Yeda, Fogaça e Fortunatti, abriu novamente a temporada de caça ao patrimônio cultural e à memória da cidade. Não se trata mais de um projetinho aqui e outro lá, mas de um plano geral para privatizar (e elitizar) toda a orla do Guaíba e outros espaços privilegiados, e, principalmente, para impedir que o cidadão comum, que não tem carrões e cartões milionários, possa desfrutar das coisas boas de sua cidade.


Diretrizes para a orla.


A Ponta do Gasômetro e o Parque Harmonia são dois sucessos de povo e público, apesar de algumas deficiências. São locais de lazer acessíveis a qualquer morador ou visitante de Porto Alegre, que podem passar seu domingo ou feriado respirando ar puro, admirando o pôr-do-sol, ou batendo bola com os amigos, com um mínimo de despesa ou despesa nenhuma, e sem impedimentos físicos. Totalmente democráticos, o Gasômetro e o Harmonia recebem quem quiser visitá-los, de A a Z, rico, remediado, pobre, morador de rua, artesão, pipoqueiro, malabarista, roqueiro, pintor, atleta, deficiente, velho, bebê, cachorro na trela... e até cabo eleitoral. Pois a prefeitura de Porto Alegre resolveu retomar o espírito da velha proposta do Dib. Por que tanta beleza e facilidade deveriam ficar à disposição dos portoalegrenses gratuitamente, sem obrigá-los a gastar e apresentar prova de fortuna e destaque social?


As novas diretrizes para a orla vão corrigir esse “defeito” no trecho Gasômetro/Internacional. Avenidas, passarelas, estacionamentos, torres de concreto sem nada a ver, cortes de árvores, mais pistas que avançam rio a dentro (com um estacionamento dentro do rio!) e restaurantes de luxo. Por outro lado, serão proibidas as barraquinhas e coisas de baixo preço. Em resumo, o cidadão comum deverá deixar a área livre para turistas com muitos dólares ou euros, e brasileiros abonados, que não gostam de cruzar com gente de crédito limitado, que não anda de carrão.


Cais Ma.


Cais são áreas para atracar navios. Nos cais, os navios embarcam e desembarcam mercadorias e passageiros – um transporte muito mais barato e eficiente que o rodoviário. Não são áreas próprias para o comércio varejista ou diversões. Pois bem, os amiguinhos do rodoviarismo e do pedágio, querem construir prédios de 100m de altura, shoppings, escritórios, etc., DENTRO DO CAIS.


Há dezenas de prédios desocupados no Centro, e mais de 30 shoppings na cidade, que serão duplicados nos próximos anos – mas a faixinha do cais encanta o governo Yeda, que quer mais edifícios, mais engarrafamentos e mais shoppings. Pergunto: que empreendedor será tão desmiolado para se estabelecer do outro lado do Trensurb e do dique da Mauá, enfrentar os congestionamentos da Conceição, da Castelo Branco e da Rodoviária, e rodar de 3 a 6 km (ida e volta) para alcançar o portão central, e dali, seu prédio?


Aliás, o governo federal está processando o governo estadual que fez um edital de licitação para as obras, sem ter poder para isso: o porto é federal e não estadual.


A morte anunciada do Brique da Redenção e do Parque


Também o Parque Farroupilha, que se salvou de perder pedaços para o túnel da Conceição, quando o governo Villela quis cortá-lo ao meio e demolir vários prédios históricos da Universidade Federal, está ameaçado e na mira do canhão!


Novidades: 1) estacionamentos no Parque Farroupilha, e 2) destruição do Brique da Redenção para aumentar o Hospital Pronto Socorro, que está pequeno demais para as necessidades.


Achamos o contrário: o Hospital de Pronto Socorro deve ter extensões nos vários bairros, ao invés de ficar concentrado num local só, com todos aqueles problemas de circulação e acesso que se sabe.


Nós, portoalegrenses, usuários da Saúde Pública queremos várias unidades públicas de atendimento de emergência, não uma única, gigantesca, que comerá um bairro inteiro, e destruirá um dos locais mais tradicionais do domingo na cidade.


Não bastou entregarem o Auditório Araújo Viana para uma empresa promocional? Nos anos 50 e 60, ele era de uso público, realizando shows e eventos com entrada liberada.


Gente! vamos permitir que os portoalegrenses sejam segregados e expulsos por faixa de renda? que os bons lugares da cidade sejam reservados apenas para os privilegiados econômicos? Mas não é só.


Condomínios e loteamentos


Vejamos: dona Yeda quer que uma vasta área pública no bairro Humaitá, - que PRECISA de um pulmão verde, por ser o bairro mais poluído da cidade, – seja ocupada por uma porção de prédios de luxo, a serem construídos pela baiana OAS, sob a desculpa de também construir um estádio que levará o nome do Grêmio. Na verdade, o Grêmio não será dono dele nem da área do Olímpico, que será cedida – de graça – à construtora OAS.


Como sabemos, quando os prédios de luxo chegam, os moradores que não são de luxo vão embora, expulsos pela pressão imobiliária.


Sem falar que a regularização fundiária feita pela prefeitura autoriza até lotes de 20 metros quadrados – um tico de terreno de 4 por 5metros. Quem não gostar, pode pegar um bônus financeiro desde que vá morar fora de Porto Alegre. Há, pois, privilegiados e não privilegiados.


Privilegiados e Não Privilegiados


Esses privilegiados são tão privilegiados que não precisam cumprir as regras dos loteamentos. No Beco do Salso, a construtora Rossi está fazendo um condomínio de luxo, o Toscana, para mais de mil pessoas, sem tratar seus esgotos – tudo irá diretamente para o arroio Dilúvio, a menos que o DMAE resolva favorecer a empresa paulista, com o dinheiro dos contribuintes portoalegrenses.


Já os não privilegiados são os comerciantes pobres do Viaduto Otávio Rocha, por exemplo, que a Secretaria de Indústria e Comércio quer despejar para entregar o Viaduto a um empreendedor rico.


Nas reuniões dos forum de planejamento da cidade são conhecidos e discutidos todos esses assuntos. Aproxime-se você também de sua associação, de seu forum, para discutir e reivindicar, e, mais do que tudo, planejar pessoalmente sua região, seu bairro, sua rua, sua vida! (TJF - Região 1)